A vida é um ciclo, composto por centenas de micro-ciclos. Alguns com importância maior, e outros que passam e nem percebemos. Óbvio? Talvez. Mas nem sempre paramos para pensar nisso, o que nos ajuda a compreender algumas coisas, ou pode chamar de refúgio também.
Dia primeiro termino um ciclo de quase simbiose com a Maria Luiza. Pela primeira vez, passaremos muitas horas separadas. E olha que já são mais de 12 meses grudadas, todos os segundinhos do dia. Desde sua concepção, nascimento, noites, dias, amamentação, troca de fraldas, passeios, e a descoberta de um mundo novo. Descoberta dela, e minha.
Sabe aquele lugar comum “muito ensinei, mas muito mais aprendi”? É real, e peço licença para usá-lo aqui.
Estamos na fase de adaptação. No primeiro dia apenas fui ao banco e voltei. Mas já parecia uma eternidade.
Hoje, o Márcio levou na casa da mãe dele [local onde a babá vai cuidar da Malu], e vou buscá-la após o almoço.
Segunda-feira será o dia todo, mas vou lá umas duas vezes para acalmar o coração. Na terça, ficarei em casa a espera de qualquer necessidade, dela e minha. E quarta-feira iniciaremos um novo ciclo.
Ela com seus desafios. E eu com os meus.
Tenho certeza que chegaremos em breve ao topo da roda-gigante, com aquele friozinho gostoso na barriga. Porém, com a certeza de que a vida é uma delícia.
Eu, com meu novo trabalho. Aprendizado, desafios e expectativas. E a Maria Luiza, sem peitinho o dia todo, sem cheirinho de mãe, e com um mundo para descobrir sob os cuidados de um outro alguém, e o olhar mimoso da vovó Bete.
Ter a Malu durante quase nove meses na barriga foi divino. Passar 4 meses grudadinha com ela foi ver Deus a cada manhã, e agradecer a Ele todo final de noite.
Agora vamos lá. Quem chora sou eu. Os medos são meus. E ela me ensina com aquele sorriso gostoso, que está tudo bem. E com aquela mão pequenina segura firme na minha, e me mostra que dará tudo certo.
Obrigada Maria Luiza, por me ensinar mais essa lição. Amo você!